terça-feira, 2 de novembro de 2010

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 homem santificado opõe-se a todo pecado; anda nos estatutos do Senhor e guarda os seus juízos e os observa. Mas não basta falar de santidade. É preciso vivê-la. E a Bíblia está repletade pessoas que foram, trangressoras e falhas como todos nós. Mas nem por isso deixaram de ser usadas por Deus para sua Obra. 

Repare que para um grupo de judeus que tinha pescadores, andarilhos, cobrador de impostos, desempregados e um ajudante de marceneiro como Mestre da missão, só mesmo por Obra de Deus, para que a Mensagem se propagasse e produzisse tanto fruto como foi o início do Cristianismo. Essa religião tão linda e tão amada da qual nós fazemos parte hoje, continuando a obra salvífica de Deus na História Universal. 

Então permita-me apresentar um resumo da vida de algumas pessoas que acreditamos terem sido muito “santas” na bíblia para entendermos como Deus usa de pessoas tão miseráveis como nós e transforma a vida delas numa bonita história. 

UM LADO ALTERNATIVO DA HISTÓRIA BÍBLICA.

ABRÃAO era velho e decrepto quando respondeu aos apelos de Deus para que saísse de sua terra. Gerou um filho na sua velhice e determinou toda história do povo judeu com sua ação corajosa, e mesmo assim foi usado por Deus (Gênesis 15, 2);

MOISÉS assassionou um homem numa praça a pauladas. Foi fugitivo e quando criança fora abandonado pela sua família e colocado num barquinho no meio de um rio, e mesmo assim foi usado por Deus. (Êxodo 2, 12);

DAVI foi um rei adúltero, soberbo, e assassinou o marido da sua amante por inveja e teve de ser repreendido pelo profeta Natã, e mesmo assim foi usado por Deus (II Samuel 12);

SALOMÃO era sexólatra, milionário, idolatrou vários deuses pagãos em troca de amores e mulheres, e mesmo assim foi usado por Deus ( I Reis 11, 3-4);

JEREMIAS foi um profeta gago e pouco convincente, que tinha complexo de inferioridade e pouca auto-estima, e mesmo assim foi usado por Deus (Jeremias 1);

DANIEL foi um jovem profeta magrinho, sem forças para demonstrar o poder de Deus, mas foi um gigante na inteligência persuasiva diante do rei Ciro da Pérsia, e mesmo assim foi usado por Deus (Daniel 10);

ISAÍAS era sacerdote do templo, um senador milionário, chefe duma “mega” escola teológica, pai de uma grande família e foi assassinado pelos seus algozes sendo serrado ao meio, e mesmo assim foi usado por Deus (Isaías 1 e Hebreus 11, 37 e escritos apócrifos);

ESTER E JUDITE foram mulheres maravilhosas em beleza, corajosas guerreiras e profetisas que conseguiram arrancar a cabeça de seus opressores através da sedução e do encanto feminino, e mesmo assim foram usadas por Deus (Ester 5);

SAUL era cleptomaníaco, complexado com sua tendência homossexual e fofoqueiro, e mesmo assim foi usado por Deus (I Samuel 18);

SANSÃO apesar de corajoso e terrivelmente forte, se apaixonou por uma prostituta, a Dalila, e morreu com os dois olhos furados por que deixou descobrirem seu segredo, e mesmo assim foi usado por Deus (Juizes 16);

JOÃO BATISTA vivia no deserto, comia insetos e não tomava banho. Era ignorante e impaciente com as pessoas, insistindo na necessidade da conversão de todos, e mesmo assim foi usado por Deus (Lucas 3, 18);

PEDRO era ignorante, intransigente e tinha cabeça dura. Nadava pelado no rio, traiu a Jesus por medo de uma empregada, e mesmo assim foi usado por Deus e escolhido como o chefe da Igreja (Mateus 16, 18-20);

JOÃO E THIAGO eram serralheiros (trabalhavam com ferro), tinham as mãos calejadas e deviam ser antipáticos com as pessoas, e mesmo assim foram usados por Deus (fontes apócrifas);

MATEUS era cobrador de impostos, mercenário e odiado pelos pobres que explorava, e mesmo assim foi usado por Deus (Mateus 9, 9);

PAULO era curtidor de couro (fazia redes, cintos e celas de cavalos). Era arrogante e soberbo, além de cúmplice em assassinatos e condenações, e mesmo assim foi usado por Deus (Atos 7, 58 e fontes apócrifas);

JESUS era carpinteiro, andarilho das ruas, gostava de subir em montanhas, vivia nos cemitérios e na casa de gente esfarrapada pela vida, curtidor de festas e critico ferrenho da religiosidade oficial de seu tempo. E este sim era Deus (I Joao 5, 20);

MARIA era uma dona de casa simples, não fazia teologia, uma mulher que engravidou antes de casar, que fugiu várias vezes de casa, que quase nada falou. Sua vida e seu olhar são um mistério ( Lc 1, 26);

Por isso creio. Quero ser santo. E isso é possivel. 
Hoje afirmo: santidade tem mais a ver com a capacidade de cair e levantar sempre, de retormar o caminho, de acreditar na misericórdia divina, de superar a queda, a não ter pecados ou deixar de viver a nossa humanidade.

Santidade nasce como fruto da esperança, como conquista do fazer o bem, como superação do mal que nos toca no coração. 
Porque para Deus não existe santo sem passado, nem pecador sem futuro. 
E porque a Glória de Deus, segundo Irineu, é ver o homem de pé.

Por Frei Eduardo.

Paz e Bem!

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